CÉLULAS TRONCO: A ESPERANÇA DO FUTURO
A ciência está cada dia mais democrática, independentemente da situação econômica do país, hoje a troca de informações entre pesquisadores é vasta. O Brasil, assim como muitos outros países está ampliando suas pesquisas sobre células-tronco. Mesmo com as restrições jurídicas iniciais, o país conseguiu destacar-se com iniciativas inovadoras, mas teve seu apogeu após a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias, ocorrida em 2008. O Brasil tem demonstrado condições de alavancar ainda mais suas pesquisas, mas é importante controlar as expectativas da população diante dos resultados, que embora promissores, ainda requerem anos até que sejam amplamente utilizados em terapias. Neste artigo vamos observar os estudos da pesquisadora, professora do Instituto de Biociências da USP e também coordena o Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE), responsável por produzir a primeira linhagem destas no Brasil em 2009, Lygia da Veiga Pereira.
Uso de células-tronco embrionárias é discutido no Instituto Butantan
Um exemplo do avanço proporcionado pelas células-tronco embrionárias é o estudo em modelos animais, ou seja, são criadas em laboratório cobaias que desenvolvam os sintomas de doenças genéticas semelhantes às humanas. Lygia cita o exemplo das pesquisas em seu laboratório com modelos para a Síndrome de Marfan, doença genética causada por uma mutação no gene da fibrilina, que quando alterado causa má-formação muscular, óssea e cardiovascular, além de um fenótipo caracterizado por membros alongados.
Como o estudo em pacientes humanos é limitado, é induzida uma alteração no gene específico, que substituirá algumas cópias normais em CTE de camundongos, por exemplo. Estas células são injetadas em embriões e ao longo do seu desenvolvimento serão incorporadas para gerar camundongos quimeras, formados parcialmente das células do zigoto original e das células-tronco mutadas. “O mais importante é que estas células embrionárias tenham participado da linhagem germinativa, para que quando cruzarmos estes animais, esta mutação seja herdada”, explica a pesquisadora.
Após uma geração, a ninhada deste cruzamento será
portadora da mutação do gene da Síndrome de Marfan os sintomas
semelhantes aos humanos. Além de possibilitar o estudo de funções
gênicas e da progressão da doença, a professora ressalta que esta
técnica permite que “uma nova terapia, que funcione nestes animais,
possa ser uma candidata para ser testada em seres humanos”. Em 2007, tal
método de pesquisa rendeu o Prêmio Nobel de Medicina para três
geneticistas que divulgaram suas descobertas relacionadas às células-tronco embrionárias e a recombinação do DNA em mamíferos.
Grandes expectativas são geradas a
respeito do uso terapêutico das células-tronco, e por isso, estas
recebem grande atenção da mídia, como vista em exemplos de capas de
revista que anunciam seu uso efetivo no tratamento de doenças como
diabetes, infarto e até Alzheimer. Por mais que as reportagens sejam
boas e densas, apenas em seu final que é mencionado que tais terapias
estão ainda fase de testes em laboratório, longe de serem aplicadas no
tratamento de seres humanos.
Artigo completo em: (http://www.usp.br/aun/exibir.php?id=5102)
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